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BH RESOLVE: 156​​
Abrigo
A realidade dos pontos de ônibus
em Belo Horizonte.
Pensados para dar proteção e conforto aos usuários, enquanto aguardam os coletivos, a maioria dos abrigos em Belo Horizonte não cumpre esse propósito básico. Debaixo de chuva ou sol forte, quem depende do transporte público usa a criatividade para se proteger.
O conceito de ergonomia se aplica à qualidade de adaptação de uma máquina ou objeto ao seu operador, proporcionando um manuseio eficaz e evitando um esforço extremo do usuário em sua utilização. Em linhas gerais, a ergonomia visa a otimização do bem-estar e o aumento da produtividade. E foi com esse conceito em mente que alunos de um curso de especialização em Design de Móveis produziram o projeto de um abrigo de ônibus que apresentasse a união de conforto e inovação.
Percebendo problemas com os abrigos arcaicos existentes em Belo Horizonte, os alunos criaram um modelo que apresenta diversas vantagens: o usuário fica assentado na posição contrária ao sentido do trânsito, há sinalização para deficientes, vidros maiores para melhor proteção em perÃodos de chuva, há uma área para que quem fica em pé não atrapalhe a visão de quem mais estiver no abrigo e outra área para os semi-sentados.
Abrigo inovador
Além disso, o abrigo seria produzido com materiais ecologicamente sustentáveis e viáveis, como o aço inox, presente em abundância na região mineira e o ecotop, fabricado a partir de tubos de pasta de dente reciclados.
Esses materiais trariam o ponto forte de aumentarem a vida útil do modelo, o que demandaria menores gastos com manutenção. Para fechar o pacote, ainda haveria um sistema de captação de energia solar, que poderia reduzir os gastos com a iluminação pública. Para o designer de produto Gilberto Almeida, um dos idealizadores do abrigo, a prioridade do governo com os abrigos atuais é o baixo custo. Muitas vezes não há a preocupação nem com o nivelamento da calçada para as instalações. Ele afirma que "quando um produto não atende a população, a chance de vandalismo é maior. Se for para gastar dinheiro com algo que não vai ser bem feito, é melhor não gastar".